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Zonas turísticas

Norte de Portugal

Porto

Portugal nasceu no norte. Foi na região Porto e Norte que os portugueses começaram enquanto povo e nação. Aqui aprendemos o valor da diferença mas também a complementaridade das culturas.

O Porto, cidade Património Mundial, é a grande porta de entrada e pode ser ponto de partida para uma viagem pela diversidade natural e cultural da região. É conhecido pelo vinho que daqui parte para todo o mundo, mas também pela Escola de Arquitetura, donde saíram os nomes de Álvaro Siza Vieira e Souto de Moura, ambos Prémios Pritzker. E ainda por um património que sabe combinar a antiguidade

de igrejas e monumentos, como a  ou a Igreja de S. Francisco, com a contemporaneidade de edifícios marcantes como a Casa da Música, o Museu de Serralves e outros.O rio Douro atravessa a região. Entra em Portugal apertado entre as ravinas e montanhas do interior  para percorrer toda a paisagem do Património Mundial onde se cultivam os vinhos do Porto e do Douro. Ali se cruza o vinho que segue até às Caves de Gaia e os cruzeiros que visitam a região.

Nesta região de montanhas e parques naturais, o património espalha-se por castelos, como o de Guimarães, ou por santuários e igrejas que no verão são palco de romarias. Ao lado de ermidas rurais encontramos o barroco do Norte de Portugal feito de granito e talha dourada.  Em cidades que souberam preservar a escala humana, como Viana do Castelo, Braga, Lamego, Chaves ou Vila Real, ou em solares e casas senhoriais, encontramos o português mais autêntico, aquele que gosta genuinamente de receber, de partilhar a sua mesa  e as tradições. No Porto e Norte de Portugal vive-se de forma natural a alegria e a gratidão por tudo o que temos e somos.

Gerês

Apesar de ser um país pequeno, cada região de Portugal é muito particular, não é a toa que Portugal é um dos melhores destinos turísticos do mundo. No entanto, há muitas curiosidades que poucos sabem sobre a região Norte do país.

Entre elas, está o fato de o Centro Histórico do Porto ser considerado um Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. 

Enquanto para o sul de Portugal você encontra as famosas praias e cidades do Algarve, o norte do país reserva experiências incríveis. Da neve ao vinho, você pode conhecer o melhor da tradição portuguesa

em de perto. Cidades medievais, aldeias, passeios pelo Douro ou uma francesinha no Porto: o norte de Portugal tem atração para todos os gostos. Para muitos turistas, a região é a mais acolhedora de Portugal. Ainda na cidade do Porto há o maior parque de Portugal e o único da Europa que termina diretamente no mar, chamado de Parque da Cidade. Já sobre as caves de vinhos, você descobrirá que muitas delas são de ingleses que habitaram a região por muitos anos para explorar o potencial da viticultura.  Se não sabe por onde começar a sua visita ao norte de Portugal, veja as nossas sugestões ! O Gerês, é a forma mais carinhosa com que os portugueses chamam o Parque Nacional da Peneda-Gerês, que é uma das regiões mais bem preservadas de toda península ibérica.

Localizado no extremo noroeste de Portugal, entre o Alto Minho e Trás-os-Montes, também ocupa território espanhol e lá é chamado de Xurés.

Tendo a Natureza como uma das principais riquezas, a região do Gerês conta ainda com uma bonita história cultural, hospedagem convidativa, gastronomia saborosa e um crescente número de visitantes. O parque ocupa uma área total de 70.290 hectares.

Em Portugal abrange 22 freguesias distribuídas pelos concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro. Esta área protegida forma um conjunto com o parque natural espanhol da Baixa Limia – serra do Xurés. O Parque Nacional da Peneda-Gerês é uma área com autonomia administrativa, financeira e capacidade jurídica, criada no ano de 1971, no meio ambiente da Peneda-Gerês. Em 1997 foi constituindo o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés e a Reserva da Biosfera com o mesmo nome. O Gerês é a única área protegida portuguesa classificada como Parque Nacional.  

A natureza exuberante, paisagens de tirar o fôlego, rios, lagos e florestas de perder a vista. O Gerês tem crescido na oferta de empresas que oferecem aos visitantes e turistas, possibilidades de conhecer a região 

de forma segura. Os pacotes são variados, podem ser adquiridos individualmente ou em grupo e respeitam as limitações de cada um.

O visitante do Gerês pode optar por conhecer a região de diferente formas:

  • Carro, jipe, caminhonete;

  • Moto ou quadriciclo;

  • Bicicleta;

  • A cavalo ou charrete;

  • A pé (com trilhas dentro e fora d’água);

  • Canoagem. 

Os passeios também podem ser escolhidos por temas. O visitante pode optar por conhecer os patrimônios culturais, relaxar na natureza, observar pássaros e outros animais, nadar nas lagoas e cachoeiras, fazer trilhas em meio aos rios.

E ainda há opções para os mais radicais que gostam de praticar montanhismo, fazer caminhadas noturnas, kart cross, jogar paintball, arvorismo, entre outras atrações cheias de adrenalina, praticar canoagem ou até fazer pastorismo, que é passar algumas hora pastoreando e tratando animais, como as cabras da montanha. 

Atrações Turísticas

Sejam atrações culturais ou naturais, no Gerês o que não falta é lugar bonito pra ver e conhecer. No parque situam-se dois importantes centros de peregrinação. O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, é uma réplica do santuário do Bom Jesus de Braga, e entre os dias 31 de Agosto e 8 de setembro vive a festa anual em honra de Nossa Senhora da Peneda. 

O Santuário São Bento da Porta Aberta, é local de grande devoção popular. Foi elevado a basílica e todos os anos são milhares os peregrinos devotos a São Bento que o visitam. Depois de Fátima, é o templo religioso mais visitado do país. Em 1640 foi construída a primeira ermida e como ficava na maior parte do tempo, com as portas abertas, e servia de abrigo a quem passava, foi batizada de São Bento da Porta Aberta.Para quem prefere explorar a céu aberto as cascatas do Tahiti, do Arado (750 metros de altura) a do Leonte, próxima a Portale do Homem são pontos obrigatórios. 

Póvoa de Varzim

Povoação antiga cuja carta de foral data do séc XIV, começou a partir do séc. XVIII a ser conhecida como vila piscatória importante, com a fixação neste local de um grande número de pescadores que formaram uma comunidade.

A excelente praia, muito procurada na época balnear, foi o seu motor de desenvolvimento, sendo actualmente esta cidade um concorrido centro de veraneio dotado de uma completa oferta hoteleira, campo de golfe, casino e de excelentes condições para a prática de todo o tipo de desportos.

Nas proximidades, a vila de São Pedro de Rates que já foi sede de concelho merece uma visita especial, destacando-se a Igreja em estilo românico edificada nos sécs. XI-XIII, bem como o antigo edifício da Câmara do séc. XVIII e o pelourinho. 

Terra de pescadores destemidos, a Póvoa de Varzim tornou-se uma das mais conhecidas estâncias balneares do Norte de Portugal, a partir da segunda metade do séc. XIX, sobretudo depois da abertura da linha de Caminho-de-ferro que, em 1875, veio assegurar uma ligação mais fácil ao Porto. Hoje em dia, a Póvoa é um animado centro de veraneio, com excelentes infraestruturas de apoio a que não faltam piscinas olímpicas, 

academias de ténis e squash e diversos campos desportivos.

Banhado por um mar bravio apreciado pelos surfistas, o seu areal extenso e muito concorrido toma diversos nomes, como por exemplo Praia do Hotel, da Lagoa, da Lada, dos Beijinhos ou do Carvalhido de acordo com os concessionários responsáveis por cada espaço. A grande agitação prolonga-se pela noite fora nos muitos restaurantes, bares e esplanadas e no afamado Casino, um dos mais bonitos e reputados de Portugal.

O casino é um dos principais palcos de emoções do norte do país. Aqui, mesmo ao lado da cidade do Porto, encontrará o entretenimento perfeito para uma noite mágica ou para um simples convívio entre amigos. Entre, que o espetáculo vai começar!

Braga

A construção da "Bracara Augusta", sede jurídica romana, iniciou-se em 27 a. C. no Império de Augusto. Integrou então as vias do Império que atravessavam a Península Ibérica, comunicando com Roma, o que comprova a importância da cidade no território. Em 216, o Imperador Caracala elevou-a a capital da província da Galécia e, no mesmo século, a Diocese de Braga foi criada, sob jurisdição do Bispo Paterno.

Ao domínio romano sucedeu-se a ocupação da cidade pelos Suevos, que a elegeram capital política e intelectual, pelos Visigodos e pelos 

Muçulmanos, até que, em meados do séc. XI, foi reconquistada pelos cristãos e a arquidiocese restaurada pelo Bispo D. Pedro. Durante o período muçulmano, os bispos mudaram a sua residência para Lugo (Espanha). Em 1112, com o arcebispo D. Maurício Burbino, a história eclesiástica de Braga ganhou relevo. Depois da disputa com a Sé de Compostela, o Papa Inocêncio III autorizou em 1199 a jurisdição de Braga sobre o Porto, Coimbra e Viseu, assim como sobre cinco dioceses em Espanha.

A Sé de Braga, a mais antiga do país, foi a maior referência religiosa em Portugal ao longo dos séculos e o dito popular "mais velho do que a Sé de Braga", para referir alguma coisa com muito tempo, é elucidativo do seu valor. Sempre marcada pela acção eclesiástica, que se reflectiu no enriquecimento da cidade, podemos dizer que o séc. XVI e o séc. XVIII foram as épocas de ouro da sua história e do seu desenvolvimento. Primeiro com a acção do arcebispo D. Diogo de Sousa, o reedificador de Braga, que a partir de 1505 assumiu o governo temporal e espiritual transformando "a aldeia numa cidade" (nas suas próprias palavras) e depois com as iniciativas dos arcebispos D. Rodrigo de Moura Teles e D. José de Bragança impondo o exuberante estilo barroco.

A industrialização e a fixação da Universidade contribuiram muito para o desenvolvimento actual da cidade que se manteve fiel à tradição religiosa secular, revivida intensamente todos os anos durante as Solenidades da Semana Santa e na Festa de São João Baptista, em Junho. São boas oportunidades para conhecer Braga, passeando-se pelo Centro Histórico ou relembrando um dos Caminhos de Santiago que por aqui passava.

Nos arredores, sugere-se ainda o Percurso dos Santuários Marianos e uma visita ao singular Museu dos Cordofones.

Sendo uma das mais antigas cidades do país, Braga é uma cidade vibrante, cheia de jovens que estudam nas suas universidades.

Construída há mais de 2000 anos, “Bracara Augusta” foi justamente fundada por Augusto, ficando numa das principais vias romanas da Península Ibérica, pois era sede administrativa do Império. A Diocese de Braga, província romana da Galécia, atual Galiza, é a mais antiga de Portugal e, na Idade Média, chegou a rivalizar com Santiago de Compostela em poder e importância. Aqui passava um dos Caminhos de Santiago, quando este culto começou a ter maior expressão, com a reconquista cristã e a fundação de Portugal.

A Sé Catedral é também a mais antiga do país e foi mandada construir no séc. XII pelos pais do primeiro rei de Portugal, D. Henrique e D. Teresa, que ali têm os seus túmulos. Braga continua a ser hoje um dos principais centros religiosos do país, onde as Festas da Semana Santa e do São João são ponto alto no calendário litúrgico e turístico.

Além do Tesouro-Museu da Sé, vale a pena visitar o Museu dos Biscainhos, instalado num palácio barroco, o período mais marcante no património de Braga, ou o Museu Arqueológico D. Diogo de Sousa, já que a cidade é rica também em vestígios da época romana. Propomos um passeio sem pressas pelo centro histórico para visitar algumas das muitas igrejas, apreciar o casario e edifícios históricos, como o Palácio do Raio, o Theatro Circo, o Arco da Porta Nova, ou tomar um café na emblemática Brasileira com vista para a azáfama da Avenida Central. Mas esta é considerada a cidade mais jovem de Portugal e entre as suas marcas contemporâneas destaca-se o Estádio Municipal de Braga, traçado por Souto Moura, um dos mais notáveis arquitetos portugueses, galardoado com o Prémio Pritzker.

Quem visita Braga não pode deixar de subir ao Santuário do Bom Jesus, um ícone da cidade, com o seu monumental escadório. No meio de 

espaços verdes, oferece uma excelente panorâmica sobre a cidade, tal como duas outras igrejas dos arredores: O Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, importante local de culto mariano do país, e ainda a Igreja de Santa Maria da Falperra. Fora do centro histórico, são também dignos de visita, pela sua beleza e importância histórica, o Mosteiro de São Martinho de Tibães e a Capela de S. Frutuoso de Montélios. Entre as especialidades gastronómicas de Braga é forço referir o Bacalhau à Braga, à Narcisa ou à minhota, o cabrito assado e o Pudim Abade de Priscos. A noite, nesta cidade de estudantes, é a não perder, com animação para todos os gostos. Recentemente, a fixação da Universidade e a qualidade da arquitetura contemporânea de Braga trouxeram um impulso de juventude que conferiu a esta cidade milenar uma imprevista modernidade.

Guimarães

Guimarães é considerada a cidade berço de Portugal porque aqui nasceu Afonso Henriques que viria a ser o primeiro rei de Portugal.

Associado à formação e identidade de Portugal, o centro histórico de Guimarães, na zona que ficava dentro de muralhas, foi classificado Património Mundial pela Unesco com base nos valores de originalidade e autenticidade com que foi recuperado. A cidade ainda hoje possui um conjunto patrimonial harmonioso e preservado que se mostra em graciosas varandas de ferro, balcões e alpendres de granito, casas senhoriais, arcos que ligam ruas estreitas, lajes do 

chão alisadas pelo tempo, torres e claustros. Por momentos imaginamo-nos num cenário medieval, onde a nobreza foi construindo as suas moradias como a casa Mota Prego, o Palácio de Vila Flor, do Toural e tantos outros que dão a Guimarães uma atmosfera única.

Podemos começar pelo coração da cidade baixa, o largo da Oliveira, onde se ergue o Padrão do Salado e a Igreja e Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, que alberga o valioso Museu Alberto Sampaio. Passando os Paços Municipais, coroados de ameias, a Praça de Santiago acolhia os peregrinos que na Idade Média se dirigiam a Compostela, tal como hoje acolhe os residentes e turistas nos seus restaurantes e esplanadas. Na Rua de Santa Maria, que faz a ligação à cidade alta, ficam o Convento de Santa Clara, a Casa do Arco e outras casas nobres.

Subimos por esta rua, ou pela Av. Alberto Sampaio, marginada por restos da antiga muralha que continua na cidade alta, entre o Paço dos Duques de Bragança e o castelo. Até chegarmos ao alto do castelo encontraremos o referido Paço, monumento do séc. XV onde é possível observar a influência da arquitetura senhorial francesa, o Monumento a D. Afonso Henriques, a românica Capela de S. Miguel e, finalmente, o Castelo, que remonta ao séc. X e está intimamente ligado à fundação de Portugal.

Mas falta conhecer outra centralidade de Guimarães, pelo que voltamos a descer até ao Largo do Toural, com o seu chafariz quinhentista. A Rua D. João I, que na Idade Média era a via de acesso ao Porto, ostenta casas antigas com balaustradas em madeira e fachadas seiscentistas. Contornando a Igreja do Convento de S. Domingos, já na Rua de Paio Galvão vamos encontrar o edifício neo-românico do Museu Arqueológico Martins Sarmento, que se estende para o claustro do Convento. Pouco mais à frente fica o edifício do antigo mercado municipal, onde funciona 

hoje a Plataforma das Artes e o Centro de Artes Internacional José de Guimarães, com uma retrospetiva da obra deste conceituado artista, natural da cidade. Um pouco mais longe do centro vale a pena visitar o Palácio e Centro Cultural Vila Flor e os seus jardins suspensos com Casas de Fresco e decorações rocaille. Referência ainda para a Igreja barroca de Nossa Senhora da Conceição e dos Santos Passos no extremo do Largo da República do Brasil. Para outra visão da cidade podemos subir de teleférico ao Monte da Penha para um dos mais belos panoramas do norte de Portugal, onde fica o concorrido Santuário de Nossa Senhora da Penha. No dia 13 de Dezembro de 2001 a UNESCO inscreveu o centro histórico da cidade de Guimarães na lista de Património Mundial. Distinção merecida para uma cidade, plena de reminiscências históricas, que soube preservar o seu património e espaços públicos para o prazer de quem a visita.

Fafe

Centro administrativo recente (séc. XIX), em Fafe notam-se as influências da emigração de muitos dos seus habitantes para o Brasil nos sécs. XVIII e XIX. No regresso à terra natal, mandaram construir casas apalaçadas de uma arquitectura imponente conhecida por "brasileira" e que muito contribuiram para o desenvolvimento da localidade investindo na indústria têxtil e na actividade comercial.

A Rota do Românico é um percurso por 58 monumentos localizados no norte de Portugal, junto aos rios Sousa, Douro e Tâmega.

Inclui mosteiros, igrejas e memoriais, pontes, castelos e torres que 

têm em comum a arquitetura românica caraterística desta região. No seu conjunto, situam-se afinal no centro dum triângulo cujos vértices são Património da Humanidade: o Porto, Guimarães e o Vale do Douro. A Rota do Românico divide-se na realidade em 3 rotas que se ligam entre si por estrada, seguindo os vales dos rios: Rota do Vale do Sousa com 19 monumentos; Rota do Vale do Tâmega com 25 monumentos; e Rota do Vale do Douro, sensivelmente entre Castelo de Paiva e Resende, com 14 monumentos.

Esta região e o seu património arquitetónico estão indelevelmente associados ao início da nacionalidade portuguesa, já que aqui residiam famílias nobres que ajudaram os primeiros reis na Reconquista cristã do território que é hoje Portugal. Por outro lado, o clero e as ordens religiosas ajudavam a fixar as populações, razão por que num reduzido espaço se concentram igrejas, mosteiros e outros monumentos com caraterísticas arquitetónicas singulares, tendo muitas vezes assumido funções defensivas, marcadas por torres ameadas e contrafortes.

O caráter peculiar deste legado histórico e artístico baseia-se entre outros motivos na decoração evidenciada por exemplo em portais de igrejas e conjuntos monásticos, onde o recurso a temas animalistas, vegetalistas ou geométricos, aliado a uma patente qualidade escultórica, confere uma visão de conjunto às edificações reunidas neste roteiro, tipificando-os no contexto do românico português. Por outro lado, embora datáveis na sua 

maioria entre os séc. XI e XIII, verifica-se que estas técnicas construtivas prolongaram-se no tempo, quando soluções góticas já predominavam noutras paragens, o que é mais uma particularidade da presente Rota do Românico. Numa viagem pela história, a rota do Românico constitui um excelente ponto de partida para desfrutar de uma visita em pleno à região e a outras marcas de identidade regional como a gastronomia tradicional, os vinhos, as festas, os mercados onde se encontra o artesanato local ou o próprio contacto com as gentes. Sempre em comunhão com a natureza encontramos ainda trilhos e caminhos para passeios a pé ou de bicicleta. Para os mais afoitos o rio Paiva desafia-nos para experiências únicas, com descidas de rafting inesquecíveis.

Celorico de Basto / Mondim de Basto

Celorico de Basto pertence ao distrito de Braga e integra a muito antiga e caraterística área conhecida por Terra de Basto. Esta zona está centrada no trecho médio do vale do rio Tâmega, na transição entre o Minho e Trás-os-Montes. Trata-se de um concelho marcadamente rural, cujos traços profundos no território e na paisagem se devem à atividade agrícola, dominante até finais do século passado. Apresenta características de zona montanhosa, com densas florestas e inúmeros vales que enquadram uma extensa rede de cursos de água. Ligado à história da Terra de Basto está, 

indiscutivelmente, o Castelo de Arnoia. Junto a este monumento militar nasceu e terá florescido a Villa de Basto que foi a primeira sede do concelho, até ter sido transferida, em 1719, para a localização atual na freguesia de Britelo, e com a designação de Vila Nova de Freixieiro. A expansão urbana da sede do concelho tem sido acompanhada da criação de amplos espaços verdes e ajardinados e de um vasto conjunto de equipamentos de utilização coletiva, o que lhe confere um aspeto atraente e onde se desfruta de um conforto moderno.

Celorico de Basto teve grande importância na época medieval por aqui se situarem pontos estratégicos de defesa da região: os castelos de Celorico de Basto e o de Arnóias. A região prima pelo grande número de casas e solares senhoriais e brasonadas que, sobretudo a partir do século XVII, foram construídas na região, marcando para sempre o traçado desta serrana paisagem, incutindo muitos pormenores Barrocos, com os materiais da zona. Entre as muitas existentes, destacam-se a Casa do Campo, os solares da Boa Vista e do Outeiro (século XVIII), a Casa da Portela, a da Gandarela, a do Prado (século XIX) ou a Casa da Igreja (século XVIII). A natureza circundante de Celorico de Basto é um dos seus maiores atributos Patrimoniais, tendo-se dos Miradouros vizinhos, nomeadamente no Alto do Viso e no Castelo de Arnóia, vistas fabulosas que se estendem desde o vale do Tâmega até ao maciço 

montanhoso de Alvão e Marão. A nível gastronómico, destacam-se na região especialidades como o arroz de cabidela, as couves com feijão e toucinho, o cozido à portuguesa, o cabrito assado, o arroz no forno, ou o queijo da serra, não esquecendo o pão-de-ló, as cavacas e o pudim caseiro. Celorico de Basto possui um vasto e rico património histórico e artístico, sendo de salientar as inúmeras casas senhoriais e os afamados jardins típicos de Basto, geometricamente concebidos e povoados por exuberantes camélias. Um marco não menos significativo é o Castelo de Arnoia, monumento nacional e referência do concelho e das terras de Basto, que integra a Rota do Românico.

Em Celorico de Basto não há solar, igreja ou jardim público em que as camélias não estejam presentes. A arte de talhar plantas (topiária) transforma as camélias em verdadeiras esculturas verdes: colunas, arcos, casas de fresco e elementos zoomórficos. Venha conhecer os jardins de Celorico e apreciar o encanto das inúmeras variedades de camélias aqui existentes. Participe na Festa Internacional das Camélias que aqui é anualmente realizada. Visite Celorico de Basto, um encanto natural!

Próximo do Rio Tâmega, Mondim de Basto foi fundada no reinado de D. Sancho I (séc. XII) mas conserva vestígios da ocupação dos muitos povos que por aqui passaram.

Junto à vila, o monte Farinha, que na sua forma piramidal faz lembrar um vulcão, eleva-se a pique a uma altitude de 990m. No seu topo, a Ermida da Senhora da Graça é palco em Julho de concorridas romarias.

Nas redondezas, próximo da aldeia de Ermelo, merecem especial destaque as quedas de água do Rio Olo, conhecidas por "Fisgas de Ermelo".

Viana do Castelo

Situada junto da foz do Rio Lima, a 65 km a norte do Porto e a 50 da fronteira de Valença, Viana do Castelo foi fundada no séc. XIII por Afonso III, rei de Portugal, com o nome de Viana da Foz do Lima.

O mar foi sempre a sua razão de ser: chegou a ter 70 navios mercadores e, na época dos Descobrimentos (sécs. XV e XVI), dos estaleiros de Viana saíram naus e caravelas para as rotas das Índias e das Américas, que regressavam carregadas de açúcar, pau preto, marfim e outras preciosidades exóticas. Um vianense, João Álvares Fagundes, foi o pioneiro da navegação na Terra Nova, no Atlântico 

norte. Viria, sem o saber, a abrir o caminho ao culto das muitas maneiras de comer bacalhau em Portugal. 

Em meados do séc. XX viria a ser construída uma frota bacalhoeira nos estaleiros de Viana do Castelo para a pesca do bacalhau nas águas frias dos mares do norte. O túmulo de João Álvares Fagundes encontra-se na capela do Santo Cristo, no interior da Igreja Matriz de Viana do Castelo.

Até ao séc. XVI, o burgo foi exclusivo do povo, não podendo instalar-se aqui a nobreza. Abrindo-lhe, por fim, as portas, Viana enriqueceu-se com palácios brasonados, igrejas e conventos, chafarizes e fontanários que constituem uma herança patrimonial notável, digna de visita. Em 1848 a rainha D. Maria II elevou Viana a cidade com o novo nome de Viana do Castelo. Cidade bonita, extrovertida e alegre, Viana do Castelo tem sabido conservar a riqueza das suas tradições de raiz popular. As festas da Senhora d´Agonia, uma das mais belas romarias de Portugal, são uma explosão de alegria que ninguém deve perder. Viana do Castelo é um dos quatro municípios que integram o Vale do Lima. Nesta região, percorrer a Rota dos Gigantes é uma forma de conhecer os locais onde nasceram quatro grandes figuras históricas que levaram Portugal aos quatro cantos do mundo. Viana do Castelo é uma das mais bonitas cidades do norte de Portugal. A sua participação nos Descobrimentos portugueses e, mais tarde, na pesca do bacalhau mostram a sua tradicional ligação ao mar.

A Viana do Castelo depressa se acede a partir do Porto, ou de Valença para quem vem de Espanha. Do monte de Santa Luzia pode observar-se a situação geográfica privilegiada da cidade, junto ao mar e à foz do rio Lima. Esta vista deslumbrante e o Templo do Sagrado Coração de Jesus, edifício revivalista de Ventura Terra, de 1898, podem ser o ponto de partida para visitar a cidade.

Viana enriqueceu-se com palácios brasonados, igrejas e conventos, chafarizes e fontanários que constituem uma herança patrimonial digna de visita. No Posto de Turismo pode-se pedir uma brochura e fazer percursos de inspiração manuelina, renascença, barroca, art deco ou do azulejo. Percorrendo algumas das ruas do centro histórico sempre se chega à Praça da República, o coração da cidade. É onde ficam o 

edifício da Misericórdia e o chafariz, quinhentistas, assim como os antigos Paços do Concelho. Não longe fica a românica Sé ou Igreja Matriz.

Virada para o mar que fez a história de Viana, uma igreja barroca guarda a imagem da Senhora da Agonia, da devoção dos pescadores. Sai todos os anos a 20 de agosto para abençoar o mar numa das festas mais coloridas de Portugal, onde são de referir a beleza e riqueza dos trajes típicos que desfilam nas festas. É que Viana - conhecida também pela filigrana em ouro - tem sabido manter as suas tradições, como se pode ver no Museu do Traje (traje e ouro), no Museu Municipal (especial relevo para a típica louça de Viana que aqui se expõe) ou no navio Gil Eanes. Construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo para apoiar a pesca do bacalhau, o navio aqui está de novo ancorado para memória das tradições marítima e de construção naval da cidade. Mas Viana do Castelo é também considerada uma “Meca da Arquitetura” graças aos muitos e importantes nomes da arquitetura portuguesa contemporânea que assinam equipamentos e espaços da cidade. É o caso da Praça da Liberdade de Fernando Távora, da Biblioteca de Álvaro Siza Vieira, da Pousada da Juventude de Carrilho da Graça, do Hotel Axis de Jorge Albuquerque ou ainda do Centro Cultural de Viana do Castelo, de Souto Moura, entre muitos outros.
Nas redondezas da cidade podemos fazer um passeio pela ciclovia litoral ou fluvial ou por um dos muitos trilhos assinalados, assim como praticar surf, windsurf ou kitesurf e bodyboard em praias de areia fina e dourada. E ainda fazer jet-ski, vela, remo ou canoagem no rio Lima

Bragança

Um passeio pelo centro histórico conduz inevitavelmente à tranquila cidadela medieval do Ducado de Bragança.

A localidade nasceu no séc. XII, quando se estabeleceu aqui Fernão Mendes, da família dos Braganções, cunhado do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques (1139-85). Em 1187, D. Sancho reconheceu a importância da vila no desenvolvimento da região concedendo-lhe a autonomia jurídica simbolizada pelo foral. O núcleo urbano medieval mantém-se na cidadela dignamente representada pela imponente Torre de Menagem do Castelo, pelo Pelourinho 

assente num curioso berrão lusitano, pela Igreja de Santa Maria e pela Domus Municipalis, exemplar único da arquitectura civil. Em 1442, a união do filho bastardo de D. João I, D. Afonso, com a filha do Condestável Nuno Álvares Pereira, D. Beatriz de Alvim, dá origem ao Ducado de Bragança. A importância dos seus títulares comprova-se pelo facto de serem também duques de Barcelos e de Guimarães, marqueses de Valença e de Vila Viçosa, condes de Ourém, Arraiolos, Neiva, Faro, Faria e Penafiel, e senhores de Monforte, Alegrete e Vila do Conde, entre outros lugares. Em 1640, o 8º Duque de Bragança, D. João IV, foi aclamado rei iniciando a última dinastia portuguesa, terminada em 1910 para dar lugar à República. Fora das muralhas, a cidade expandiu-se para Oeste, o que é visível num pequeno percurso até ao seu centro administrativo e comercial onde casas nobres e monumentos contam a evolução de Bragança. Depois de D. Manuel ter dado Foral Novo em 1514, o desenvolvimento da cidade deveu-se à presença dos bispos que aqui residiam durante metade do ano, gerindo um episcopado dividido entre Miranda do Douro e Bragança, e aqui estabelecido definitivamente a partir de 1764. A acção real e episcopal memorizou esses tempos na Igreja de São Vicente, no Museu do Abade Baçal, na Capela da Misericórdia, na Igreja de Santa Clara e por fim na Sé Catedral.

A história da cidade não fica completa sem a visita da secular Igreja de Castro de Avelãs, nas proximidades, ou com um passeio ao Parque Natural de Montesinho, onde ainda se encontram pequenas aldeias de regime comunitário que fazem parte do património regional.

Situada no extremo nordeste de Portugal, Bragança é uma antiga cidade cujo castelo mantém ainda um núcleo urbano medieval dentro das muralhas.

Entrando na cidadela ou praça de armas pela Porta da Vila, logo encontramos o Pelourinho, assente num berrão lusitano que lembra as origens celtas da região. Na gigantesca Torre de Menagem, que na Idade Média vigiava as fronteiras, o museu militar conta também a história do castelo, mandado construir por D. João I sobre fundações do anterior que o 1º rei de Portugal, Afonso Henriques, edificara. Do último piso desfruta-se de excelente a vista sobre a cidade e a vastidão do horizonte de montanhas que a envolvem. Na cidadela encontramos ainda a Igreja de Santa Maria e a Domus Municipalis, exemplar único de arquitetura civil

românica existente em Portugal, onde se reuniria o senado da cidade. Fora das muralhas, a cidade expandiu-se para Oeste, conservando casas nobres e monumentos como a Sé Catedral, a Igreja de São Vicente, a Capela da Misericórdia ou a Igreja de Santa Clara. No antigo paço episcopal, está instalado o Museu Abade de Baçal com um valioso acervo, enquanto o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais apresenta obras desta conceituada pintora contemporânea e outras coleções de artes plásticas.

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